A edição comentada pelo Martin Gardner com todas as ilustrações originais de John Tenniel e o texto na integra escrito por Lewis Carroll foi lançada pela editora Zahar e sempre foi um dos meus desejados. O preço desse livro normalmente é bem caro e, acreditem, na Bienal eu comprei por apenas R$20! Ele conta com os dois livros escritos pelo Carroll sobre Alice: Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho. Para a resenha não ficar extremamente grande, decidi fazer sobre um de cada vez.
Charles Lutwidge Dogson - nome real de Lewis Carroll - era professor de matemática na Oxford e adorava passar seu tempo junto com garotinhas. Alice Liddell, era a sua amiguinha favorita e um dia pediu-o para que escrevesse sobre ela. Carroll escreveu e ilustrou uma história que muitos anos depois ainda é extremamente comentada e curiosa. Algo que poucos sabem é que a inspiração dele é bem diferente da loirinha que todos conhecemos. Ela tinha cabelo escuro, curto e com franja.
Essa edição é ótima pois existem muitas piadas que só seriam de entendimento aos residentes de Oxford e outras que eram destinadas exclusivamente para Alice, sem contar nos inúmeros trocadilhos e referencias à canções e poemas da época vitoriana. O trabalho de Gardner ajuda a tornar a obra que eternizou Lewis mais contemporânea.
O livro conta a história de uma garota extremamente corajosa e curiosa que, cansada de ficar sentada ao lado da irmã na ribanceira sem ter o que fazer, avista um coelho falante com um relógio. Claramente, ela achou isso bastante esquisito e foi atrás. Ao perceber já estava caindo na toca que parecia um túnel interminável.
"Vamos, não adianta nada chorar assim!" disse Alice para si mesma, num tom um tanto áspero, "eu a aconselho a parar já!" Em geral dava conselhos muito bons para si mesma (embora raramente os seguisse)
Quando parou de cair, ela entrou num mundo completamente diferente e sem sentido. Nesse lugar, as lagartas falam, as rainhas ordenam que cabeças sejam cortadas, chapeleiros são malucos e gatos sorriem. Alice cresce e diminui, mudando tantas vezes que já nem se lembra mais de quem era antes. Uma das notas mostra que talvez Carroll estivesse simbolizando a diferença entre a Alice pequena que ele amava e a grande que ela logo se tornaria.
Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei esta manhã? Tenho uma ligeira lembrança de que me senti um bocadinho diferente. Mas, se não sou a mesma, a próxima pergunta é: 'Afinal de contas quem sou eu?' Ah, este é o grande enigma!
No País das Maravilhas tudo é louco e Alice foi se encantando e ao mesmo tempo se assustando cada vez mais por isso. Ao mesmo tempo que ela quer descobrir até onde vai a loucura daquele lugar, ela quer sair de lá.
"Mas não quero me meter com gente louca", Alice observou.
"Oh! É inevitável", disse o Gato; "somos todos loucos aqui. Eu sou louca. Você é louca."
Meus personagens favoritos são, sem dúvidas, o Chapeleiro Maluco, o Gato de Cheshire e a Lagarta. Sempre fui fã da história mas nunca tinha tido a chance de ler essa versão comentada para conhecer mais profundamente e afirmo que, sem dúvidas, adoro ainda mais agora. O livro escrito por Lewis Carroll está longe de ser só mais um daqueles bobinhos escritos para crianças, tem muitas coisas intrínsecas na sua obra.
Quem, a primeiro momento, poderia imaginar que Alice realmente existiu, a expressão "sorrir como um gato de Cheshire" era muito comum e os chapeleiros eram mesmo malucos por causa do material usado para fazer os chapéis? O País das Maravilhas é um universo incrível e não pode ficar fora da lista de leitura desde os mais novos até os mais velhos. Não deve ser surpresa para ninguém que dou cinco estrelas, né?
Já li esse livro mas não era a edição com essa capa.
ResponderExcluirEu gostei mas ficou bem longe de ser um dos meus preferidos, talvez um dia eu releia e possa gostar mais.
Achei o País das Maravilhas realmente muitíssimo maluco! E a Alice bem curiosa. Mas acho que é um livro que todos devam ler para poder tirar suas próprias conclusões.
Ficou ótima sua resenha!
petalasdeliberdade.blogspot.com
Oi,
ResponderExcluirAinda não li Alice, mas é um dos livros que quero mt ler e sempre fico adiando! rs
Bjs!
Viciados Pela Leitura
Alice é atemporal, não tem idade para ler. Eu sou apaixonada desde o berço kkk
ResponderExcluirTem uma curiosidade que relaciona a Rainha de Copas com a Rainha Vitória quanto a punição de cortar as cabeças, que nunca ocorria. Nisso, Carroll quis fazer um paralelo com o poder que a Rainha Vitória tinha, mas não exercia.
Esse universo sem sentido é um elogio à loucura e se Erasmo de Roterdã tivesse a oportunidade de tê-lo lido choraria de emoção!
Excelente postagem, flor! Obrigada por contribuir com informações sobre Alice, estou sempre antenada rs. Tenho um "radarlice"!
Até!