A Culpa é Das Estrelas - John Green

Sinopse

Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.
Editora: Intrínseca

Ano: 2012

Páginas: 288

Resenha
Hazel é uma adolescente de dezesseis anos que possui câncer em fase terminal. Ela descobriu que tinha a doença aos treze anos e desde então vem tentando levar a vida da maneira mais normal possível. Seus pais ficam preocupados e a levam para um grupo de apoio para pessoas com a mesma enfermidade que ela. Hazel não suportava a ideia porém, para não magoar os pais - pois a única coisa pior do que estar morrendo é ter um filho morrendo - passou a ir nas reuniões. Lá ela conhece Augustus, um ex jogador de basquete do time do colégio que perdeu uma de suas pernas por causa da doença. 

“Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros… Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.”

Desde a Bienal do Livro eu queria ler esse livro. Não conhecia a obra até o encontro de blogueiros da Intrínseca e pelos comentários que ouvi me apaixonei. Mas, ao sair do encontro minha cota de livros comprados já tinha estourado, eu fui enrolando e enrolando até ganhar de Natal e finalmente poder ler. 

O livro tem tudo para ser clichê: tem uma garota doente apaixonada por um cara charmoso. Mas não, ele é totalmente ao contrário. Sabe aquele livro que te prende até o fim? É esse! Ele é formado por capítulos pequenos que você pensa "vou ler só mais um" e quando vê já terminou. Quando terminei de ler o livro fiquei meio que sem palavras para fazer essa resenha e talvez ainda esteja. Mas, meu sentimento por ele só está aumentando ao faze-la e eu nem sei se isso é normal. 

Hazel ama livros. Ela tem uma enorme admiração pelo autor de Uma Aflição Imperial, o Peter Van Houten e sonha que ele responda as coisas que ficaram perdidas na narrativa. Sempre lê e re-lê. Ela é inteligente e engraçada - não de forma saltitante, mas ela é engraçada. Embora seja uma granada, ela não vive para o câncer. Ela vive da melhor forma que pensa ser possível.

Ao ser questionado sobre o titulo do livro o autor respondeu: "Bem, na frase de Shakespeare, "estrelas" significam "destino". No texto original, o nobre romano Cássio diz a Bruto: "A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas / Mas de nós mesmos, que consentimos em ser inferiores." Ou seja, não há nada de errado com o destino; o problema somos nós. Bem, isso é válido quando estamos falando de Bruto e de Cássio. Mas não quando estamos falando de outras pessoas. Muitas delas sofrem desnecessariamente, não porque fizeram algo de errado nem porque são más ou sei lá o quê, mas porque dão azar. Na verdade, as estrelas têm muita culpa, sim, e eu quis escrever um livro sobre como vivemos num mundo que não é justo, e sobre ser ou não possível viver uma vida plena e significativa mesmo que não se chegue a vivê-la num grande palco, como Cássio e Bruto." Fonte

O jeito de John escrever é leve e fácil. Não é construído na mesmice e te faz querer mais. Realmente, você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais. A narrativa não é sobre um casinho de amor adolescente, é sobre a vida. É sobre viver o agora pois o depois pode não chegar. Sobre ter um infinito menor mas ainda assim incrível, ser uma granada que pode estourar a qualquer momento e machucar todos que estão em sua volta. É aquele livro que te marca e você quer que todos leiam. Eu, pelo menos, quero que todos possam ler! E, Deus, eu não sei escrever sobre o quanto gostei do que li!