10.12.14

O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Salinger



Quando entrei numa onda de ler compulsivamente sobre serial killers, acabei esbarrando com esse livro e fiquei bem curiosa para ler e descobrir o motivo de tanto burburinho ao redor d'O Apanhador no Campo de Centeio, escrito pelo J. D. Salinger. Li comentários sobre ele ser o "livro do psicopata", e até mesmo que ele "ativa o gene da psicopatia".

Mark Chapman, o homem que matou o John Lennon, disse que o personagem principal havia mandado-o fazer o que fez. Uma pessoa me disse que teve vontade de se matar quando terminou a leitura. Pelas minhas pesquisas, existe um filme onde um serial killer compra um exemplar do livro todos os dias. Então, me perguntei o que tem no clássico para ele ser tão falado assim e peguei um exemplar emprestado para ler, já que, sempre que encontro para comprar o livro, ele está bem caro.

Bom, e a resposta é: nada. O Apanhador no Campo de Centeio não tem nada de especial, nada para ser lido entrelinhas ou algo assim e até mesmo o autor já afirmou isso. Ele foi escrito nos anos 50, contando um final de semana na vida do Holden, um adolescente de 17 anos que vivia naquela época. Não foi qualquer final de semana, é claro. 

Depois de ser expulso, de novo, de um colégio, Holden decide não esperar os pais irem buscá-lo e se arriscar sozinho em Nova York. O garoto é extremamente depressivo e afasta a todos que tentam se aproximar dele. As únicas pessoas que ele realmente gosta são os irmãos mais novos, mas um faleceu, ficando apenas a irmãzinha. Holden passa o livro todo reclamando de tudo e de todos, o que me irritou profundamente.

O único momento que eu tive algum sentimento de afeto pelo narrador foi quando o nome do livro é explicado. Tirando isso, o Holden é só um personagem chato que não conseguiu me agradar e fez com que a leitura fosse cansativa e entediante. Eu realmente esperava mais sobre o clássico, mas achei superficial e parado. Passei o livro todo esperando algo acontecer e, quando acabou, mal pude acreditar que era só aquilo.

O narrador é um mentiroso assumido que diz que poderia passar horas mentindo sem que as pessoas sequer percebessem. Então, eu não confiei nele momento nenhum e não sei o que realmente aconteceu naquele final de semana e o que foi invenção dele. Outra coisa que me irritou muito foi a repetição de palavras e expressões, que pareciam se repetir em todas as páginas. Classifico com duas estrelas e fico bem triste, pois eu realmente esperava mais e queria ter gostado do livro. Já li vários livros que dizem que o autor bebeu da água do Salinger para escrever e gostei mil vezes mais.

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